quarta-feira, 26 de outubro de 2011

O milagre de hoje

Sabe quando nos deparamos com uma palvra que, embora conhecida, disperta algo novo em nosso mais profundo ser? Foi isso que experimentei estes dias enquanto rezava com a passagem de João 11, a qual narra a Ressurreição de Lázaro. Fiquei "encantada" com o que ela me despertou. Diz a Palavra que Jesus era amigo de Lázaro e de suas irmãs Marta e Maria, mas sendo avisado da doença de seu amigo, demorou-se ainda dois dias no mesmo lugar, ao invés de ir socorrê-lo imediatamente. Compreendi neste fato, que Jesus não se deixava levar pelos sentimentos, mas tinha como meta principal fazer a vontade do Pai que, pelo visto, naquele momento, seria que Ele continuasse pregando o Evangelho em Jerusalém por mais dois dias.
Como a viagem até Betânia era longa, Jesus chegou à casa do amigo quatro dias depois de seu sepultamento. Aos olhos humanos, um quadro angustiante: Marta chorando de um lado, Maria do outro e a casa cheia de judeus que tinham vindo apresentar condolências à família e, certamente, chorar também. Era uma situação tão crítica que diz a Palavra: "Jesus pôs-se a chorar". Diga-se de passagem, é a única vez que a Bíblia narra o choro de Jesus.
Bom, mas aí vem o mais importante, como o próprio Jesus declarou ao saber da infermidade do amigo: "... esta doença tem por finalidade a glória de Deus. Pois por ela será glorificado o Filho do Altissímo" (Jo 11,4). Realmente foi o que aconteceu, pois a morte e a ressurreição de Lázaro glorificram tanto a Deus, que despertou ainda mais a ira dos fariseus que procuravam, à partir disso, matar não somente Jesus, mas também Lázaro por causa do número de pessoas que, atraídos por sua vida nova, vinham ao seu encontro e acabavam seguindo seu Mestre e amigo. Imagine a amizade entre Jesus, Lázaro, Marta e Maria; imagine o quanto ela deve ter crescido depois deste fato! Foi, sem dúvida, um dos maiores milagres narrados na Bíblia. O fato reforça a ideia que tenho de que a amizade alicerçada em Cristo produz milagres em nossa vida.
Uno minha reflexão à do saudoso padre Léo; ele nos chama à atenção em seu livro “Experienciai Milagres” para percebermos e valorizarmos os milagres que acontecem todos os dias diante de nossos olhos e que não os valorizamos ou não os percebemos. Um exemplo é o caso de estarmos vivos agora, depois de já termos superado tantas coisas desde o dia do nosso nascimento.
É realmente oportuno se perguntar: "Será que alguma coisa só é milagre quando vem precedida de uma desgraça? Será que só valorizamos a saúde depois que aparece a doença? Se andar depois de se ter ficado paralítico é um milagre, por que não consideramos um milagre o fato de podermos andar, pular e correr todos os dias?
Parece que é até natural ao homem valorizar mais as coisas e pessoas depois que as perde. Basta observar que os momentos de maiores elogios e boa fama são concedidos às pessoas depois de sua morte. Isso não faz sentido. "Uma simples flor dada com carinho em vida, vale mais que grandes coroas de flores enviadas durante o velório".
A reflexão a respeito da vida nova que o Senhor concedeu a Lázaro me faz valorizar mais meus amigos e os milagres do hoje. Faz-me também lembrar que o tempo de Deus é diferente do meu e que, portanto, preciso estar atenta à sua vontade que não pode ser confundida com meus sentimentos.
Hoje, quero dar o devido valor ao milagre que é a minha vida, a saúde, o trabalho e as pessoas que de alguma forma ajudam-me a ser quem sou.
Se você quiser faça o mesmo. Não espere acontecer uma tragédia para perceber o milagre que está ao seu lado! Valorize cada ação, cada fato, cada pessoa e cada acontecimento da sua história. Valorize sua vida, porque ela é o maior milagre de Deus! E como Jesus disse a Lázaro, ouso dizer a você hoje, em nome de Jesus: "...Vem para fora!". E feliz vida nova!

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